Polícia Federal e Polícia Civil deflagram nesta data a Operação Impedimentum, em trabalho conjunto com a Brigada Militar, com o objetivo de combater uma associação criminosa responsável por interferir ilegalmente no processo eleitoral.
As investigações tiveram início a partir de ocorrência atendida pela Brigada Militar no dia 13 de setembro de 2024, noticiando a invasão de indivíduos armados à residência de um candidato ao cargo de vereador ocorrida naquela madrugada. Na ocasião, a vítima e seus familiares sofreram agressões e ameaças dos invasores, cujo teor indicava a possível motivação eleitoral por trás desta conduta.
Na sequência, no dia 15 de setembro, durante a realização de um comício do Partido dos Trabalhadores na localidade do Conjunto Habitacional Ney Azambuja (COHAB), município de Bagé, um indivíduo encapuzado realizou disparos de arma de fogo e, em seguida, empreendeu em fuga.
Após a realização de diligências diversas nos dias subsequentes, foi identificado que uma facção criminosa dedicada ao tráfico de drogas e a outros delitos violentos estaria apoiando a campanha de uma candidata ao cargo de vereadora no município de Bagé, através do angariamento de votos, da cessão de imóveis para colocação de artigos de campanha, de atividades de segurança, entre outras formas de colaboração. Ainda, há fortes indícios de que a associação esteja envolvida nos episódios violentos descritos.
Foram realizadas diversas diligências investigativas por parte da Polícia Civil, como a busca e análise de imagens de câmeras de segurança e abordagem de um veículo que foi usado pelo grupo criminoso para dar fuga aos criminosos, os retirando da cidade, levando em um primeiro momento para a cidade de Rio Grande e posterior para a Cidade de Santa Maria e com a identificação de duas mulheres que deram suporte nas empreitadas delitivas.
Diante desse cenário, foram expedidos 16 mandados de busca e apreensão domiciliares e 2 de prisão preventiva.
As ordens judiciais foram expedidas pela 1ª Vara Criminal de Bagé, tendo o seu cumprimento ocorrido na cidade de Bagé e na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC).
Dois dias antes do cumprimento das ordens judiciais, um dos investigados (alvo de prisão preventiva), que era natural de Bagé/RS, e que foi o autor dos disparos no dia do comício, foi encontrado morto na Cidade de Itaara, região central do Estado do Rio Grande do Sul, tendo sido alvejado com vários disparos de arma de fogo, havendo nítidos traços de execução ou até mesmo de queima de arquivo, pois era um indivíduo que sabia de diversas investidas da facção criminosa.
Salienta-se ainda que todas as ações criminosas teriam como objetivo amedrontar alguns candidatos, bem como seus eleitores, interferindo diretamente no pleito eleitoral.
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