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Sabado, 24 de Maio de 2025
Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação recusa proposta da Marfrig

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Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação recusa proposta da Marfrig

Presidente do sindicato afirmou que a proposta é ''indecente e humilhante''

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O andamento das negociações para o Acordo Coletivo de Trabalho dos trabalhadores do Marfrig/Pampeano em Hulha Negra segue sem definição. Depois da primeira reunião, ocorrida em 19 de fevereiro, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé e Região rejeitou a primeira proposta apresentada pela empresa e apresentou uma contraproposta. No entanto, o retorno da Marfrig só ocorreu no dia 1º de abril.

O Sindicato havia encaminhado as propostas debatidas em assembleia realizada em dezembro de 2024. Na primeira reunião de negociação, a empresa apresentou uma proposta, que foi rejeitada pelas lideranças sindicais.  Após muita insistência do Sindicato pedindo um retorno, depois de 40 dias a Marfrig encaminhou uma resposta. 

A empresa ofereceu 4,17% (reposição da inflação entre fevereiro de 2024 a janeiro de 2025), sem aumento real, um Piso  Salarial de R$ 1.871,12, diminuição de 30 para 20 minutos diários o tempo para troca de uniforme, redução nos valores pagos por horas-extras em dias compensados de 75% para 50%, diminuição no adicional noturno de 30% para 20%, valor da hora extra em dias da semana de 50% (seja qual quantidade for), além de só aceitar os atestados médicos emitidos por médico do Sindicato se forem validados pelo médico da empresa. 

A Marfrig ofereceu um quinquênio, mas com limite para quem recebe até R$ 2.500,00 – acima desse valor a empresa não paga, com um limitador de até três quinquênios. Para complementar, o quinquênio só será admitido na negociação se essa cláusula ficar condicionada à alteração nas demais propostas. 

"A empresa retirou algumas propostas absurdas da primeira reunião, mas ainda está longe para chegarmos a um acordo. Além de não oferecer um reajuste salarial com aumento real querem tirar cláusulas do acordo que foram conquistadas com muita luta e estão vigorando há muitos anos", enfatiza o presidente do STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral Jorge. "A Marfrig apresentou uma proposta indecente, humilhante para os trabalhadores", complementa o líder sindical. 

O Sindicato ouviu os trabalhadores e apresentou uma contraproposta à Marfrig: um reajuste salarial de 6,17%, um Piso Salarial no valor de R$ 1.907,05, além da manutenção das demais cláusulas do acordo anterior. A Diretoria está aguardando um retorno da empresa.  

O presidente reforça que os trabalhadores estão há quase 15 meses sem reajuste, já que a data-base da categoria é 1º de fevereiro. Embora manifeste as portas abertas para o diálogo, Cabral enfatiza que conquistas consideradas históricas pelos trabalhadores não serão discutidas.

"Uma empresa do porte da Marfrig precisa saber o papel que ocupa na sociedade. E a primeira condição é oferecer um salário digno e que dê boas condições ao seus empregados e não mexer em direitos que muitos companheiros lutaram para conseguir incluir nos acordos coletivos. Se a empresa insistir nessa proposta que nem merece classificação, o Sindicato levará para os trabalhadores decidirem o que será feito", afirma o líder sindical.

Foto: Divulgação

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